sábado, 19 de novembro de 2011
Revistinhas Disney Especial: do Nº 1 ao 42, realmente especiais.
“Disney Especial” - Uma pesquisa no Google trará milhares de referências ao termo. Porém, o nome Disney Especial, especialmente se refere a uma série de revistas em quadrinhos, lançadas no Brasil, pela editora Abril. Série que se iniciou em 1972.
Foi uma série de revistinhas (ou gibis) que chegou ao número 180 (em 1999) e foi finalizada. Nosso blog, no entanto, concentrará dedicação à de número 01 até a de número 42, essas sim, realmente especiais... É que essas primeiras 42 revistinhas Disney Especial não traziam anunciantes nem propaganda nenhuma em suas páginas; Nem sequer, vejam só!, propaganda de produtos da própria editora. Isso mesmo. Eram revistas em quadrinhos Disney em que transcorriam as historinhas, uma após outra, sem interrupção por propagandas – um verdadeiro “livrinho”. Nas primeiríssimas edições, por sinal, as contra-capas vinham em branco (em bran-co) – não tiveram o espaço maculado por propagandas.
Tenho, hoje, essa coleção. Do Nº 1 (Os Bandidos) até a de Nº 42 (Os Vendedores) e juntei a elas a de número 43 (Os mágicos), que de certa forma se tornou também querida. Os motivos todos dessa dedicação às revistinhas Disney Especial, realmente especiais, estão no próximo parágrafo.
O ano era 1972 e eu tinha 9 anos de idade. Gostava de ler “revistinhas” e quem as comprava era meu pai – que também as lia. Nas férias de final de ano, viajávamos de trem – família toda; pais e uns cinco filhos - entre Lavras/MG e Cruzeiro/SP, na esperada viagem “pra casa da vó”. O trem era um daqueles “balança e as vezes cai” da RMV. Quando parados na longa plataforma da estação de Três Corações (a mesma de hoje, 2011), vi uma reluzente banca de revistas, que coisa linda!, e logo pedi ao meu pai: “Pai, compra uma revistinha pra mim!”. Foi e chegou, parece, com certa cisma de me entregar o gibi que havia comprado, mas me entregou depressa. Era linda a revistinha. Tinha tantas páginas que parecia um livro. A capa, predominantemente azul, trazia alguns dos conhecidos personagens Disney. Suponho que, se houve realmente cisma de me entregá-lo, se deu porque, ou ele sabia que em breve aquele lindo livrinho seria destruído (estava indo ao encontro de muitos primos e eu mesmo não era cuidadoso) ou tinha a ver com o nome (título de capa) do gibi... Seu nome e personagens em situação de capa deixavam claro: aludiam, de certa forma, ao universo feminino. Nome do gibi: As Bruxas. Mas era um legítimo Disney, que levaria ao Donald, Tio Patinhas, Mickey e Cia. E ele me entregou o gibi e eu fui devorá-lo enquanto o trem voltou a chacoalhar na linha frágil que seguia beirando o rio Verde... Uma vez nas delícias da “casa da vó” entre primos e irmãos, todos crianças, a última vez que vi minha revistinha, estava toda recortada de tesoura, jogada no canto de um quarto. Mas, continuei com minhas revistinhas, de diversas origens e aí pelos onze anos, consegui todas as edições lançadas do especial Disney Especial. Conseguia-as “usadas”, trocando por figurinhas, papagaio, tampinhas de garrafa. Num dia qualquer, os troquei por um carrinho de rolemã. Arrependido, aos treze reiniciaria desesperadamente a coleção, e consegui. Nesta mesma idade comecei a trabalhar, a ganhar um pouquinho, e comecei a comprar os próximos números em banca. Lembro que o primeiro comprado foi o de número 27 (Os Músicos – Dez/76). Acondicionava-os em uma caixa forte de madeira, presenteada por meu pai, e, cadeado em cima. Junto a elas também iam outras, mas, elas reinavam. Pois bem, tudo ia bem, até que em maio de 1979 tive uma decepção quando fui buscar em banca a de número 43 (Os Mágicos)... Ao abri-la, quase caí de costas. A revistinha trazia, de cara, na contra-capa, propaganda (de danoninho); E, enfim, no decorrer, entre as historinhas, mais propagandas e anúncios. “Acabaram” com a revistinha, pensei eu. Fim então dos “livrinhos” imaculados - que neste caso se deu no de número anterior, 42 (Os Vendedores). De certa forma foi bom, pois, pôs um limite à coleção que em breve exigiria uma caixa maior. Mantive os 43 exemplares, olhando sempre chateado para o de número 43. A caixa forte, com cadeado, mantinha minhas revistinhas longe da curiosidade dos irmãos mais novos, amiguinhos e primos e eu ia estudar e trabalhar tranqüilo... Mas, foi uma prima, de visita prolongada, que veio para dar fim a minha coleção. O ano era 1980, eu tinha dezessete anos e ela dezesseis. Trouxe-me alegria bastante, mas levou pra si, com “dedicatória” exigida, um exemplar consigo: o de número 22 (Os Namorados). Desfalcou minha coleção. Olhava então a coleção, faltando um exemplar e me chateava de verdade. Vendi então a uma banca de usadas, todo o resto. Fim de minha querida coleção de Disney Especial – arrependimento mais tarde, mas já era tarde. O tempo passou e em “dois mil e alguma coisa” achei, por acaso, em um sebo, dois exemplares (Os Inventores e Os Automobilistas) e a saudade bateu forte. Ao sair da ferrovia em 2009, fui a BH e encontrei, novinha, a Nº 29 (Os Garotos). Foi a senha para, com dinheiro do acerto no bolso, iniciar busca à coleção. Na internet consegui o que faltava. Tenho todas as 43 (Os Mágicos acabou se tornando muito querida). Algumas estão “novas”, outras, muito surradas, mas as guardo de novo com a mesma dedicação. As 42 primeiras Disney Especial são o que se pode chamar, de fato, de especial. Aquilo – uma revista em quadrinhos de mais de duzentas páginas, sem propaganda ou anúncio algum – jamais se repetirá. Assim são os especiais (de verdade) Disney Especial: os primeiros 42 exemplares – sem propaganda ou anúncio algum. Tentarei no decorrer do blog, postar fotos e curiosidades sobre a saga Disney Especial (que poderá incluir os números posteriores) se alguém, por exemplo, quiser uma história inteira (da revista 01 a 43) e só pedir e eu providenciarei na medida do possível. Obrigado.
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